Santa Catarina fechou postos de trabalho no mês de dezembro de 2017, mas encerrou o ano com melhores condições de empregabilidade, consolidando-se como o Estado que mais criou vagas no País. O polo industrial do Estado, Joinville, assumiu a liderança nacional, com 5.467 novos empregos.
Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na sexta-feira (26/1) pelo Ministério do Trabalho, o Estado registrou saldo negativo de 22.278 vagas em dezembro, diante das 12.292 em novembro. Em relação a dezembro de 2016, a comparação é positiva, visto que havia perdido 26.329 postos. No ultimo mês do ano apenas o comércio criou vagas: foram 2.865, resultado do bom desempenho do setor no Estado. Por outro lado, a indústria, foi a que mais demitiu (15.496), refletindo a sazonalidade do setor.
Em 2017, Santa Catarina abriu 26.780 postos de trabalho, à frente de Goiás (16.236) e Minas Gerais (15.438). No ano anterior o saldo acumulado havia sido negativo em 33 mil. Três setores apresentaram números positivos: a indústria (11.783), os serviços (9.462) e o comércio (7.573). A construção civil demitiu 1.087 pessoas a mais do que contratou e a agropecuária apresentou saldo negativo de 951 vagas.
“O resultado do ano foi puxado principalmente pela diversidade econômica de Santa Catarina, que permite esta mobilidade de emprego. Dois segmentos que são grandes geradores de emprego também cresceram este ano: o comércio catarinense registrou a maior variação no volume de vendas do país e o setor de serviços começou a reagir depois de um longo período de queda na demanda. O turismo catarinense também avança acima da média nacional”, aponta o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Para o economista da Federação, Luciano Córdova, o mês de dezembro é historicamente de demissão por conta da redução da demanda industrial. “O saldo negativo em Santa Catarina chama atenção por ser menor, inclusive, que dos anos de pleno emprego como 2014, quando houve demissão de 36.691 trabalhadores em dezembro”.
Entre os municípios catarinenses, os destinos turísticos foram os que mais criaram empregos em dezembro: Balneário Camboriú (899), Bombinhas (857), Florianópolis (844), Garopaba (657), Itapema (556), Porto Belo (302) e Imbituba (145), reforçando o potencial do turismo para alavancar a economia dessas cidades.
Além de Joinville, as cidades de São José (2.341) e Chapecó (1.552) também tiveram bom desempenho ao longo de 2017. Florianópolis (-3.831) foi o município que mais perdeu empregos em 2017, concentrados principalmente no setor de serviços (-3.559). A cidade é reconhecida por ser um polo tecnológico, mas o volume de serviços deste segmento recuou 14,1% em 12 meses, segundo dados da PMS/IBGE.
No âmbito nacional foram criados 328.539 postos de trabalho formais em dezembro. No acumulado do ano, o Brasil perdeu 123.429 postos formais de trabalho, resultado melhor que em 2016 (1,3 milhão). Somado os resultados dos últimos três anos já são mais de 3,1 milhões de vagas fechadas. “Recuperar todos essa massa de empregos deve ser objetivo central deste atual governo e do eleito para o mandato 2019-2022”, finaliza Córdova.
Brasil fecha 20,8 mil vagas de trabalho formal em 2017
O Brasil fechou 20.832 vagas de trabalho formal em 2017, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na sexta-feira (26/1) pelo Ministério do Trabalho. O número representa redução de 0,05% em relação ao estoque de 2016, quando foram fechadas 1.326.558 vagas. Esse foi o terceiro ano consecutivo de saldo negativo. Em 2015, houve queda de 1.534.989 vagas.
Para o Ministério do Trabalho, o resultado de 2017 significa estabilidade do emprego no país. É um resultado que veio dentro das expectativas. Todas as estimativas de mercado apontavam para algo próximo da estabilidade no emprego, avaliou o coordenador-geral de Estatística do ministério, Mário Magalhães.
De acordo com os dados, as contratações, no ano passado, totalizaram 14.635.899, e as demissões, 14.656.731. Apenas em dezembro, 328.539 postos de trabalho formal foram fechados – queda de 0,85% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números do Caged 2017 já incluem contratos firmados sob novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada parcial e a jornada intermitente. Foram, ao todo, 2.851 admissões para trabalho intermitente no mês de dezembro e 227 desligamentos. Em relação ao trabalho parcial, foram 2.328 admissões e 3.332 desligamentos, no mesmo período. O saldo foi de queda de 1.004 empregos.
Setores de atividade
Segundo o levantamento, o comércio liderou a geração de empregos, com saldo positivo de 40.087 novos postos de trabalho. Em 2016 e 2015, houve perda de 197.495 e 212.756 vagas, respectivamente.
A agropecuária encerrou o ano de 2017 com saldo positivo de 37.004 postos. No ano anterior, o resultado foi negativo de 14.193 postos.
O setor de serviços registrou saldo positivo de 36.945 postos, interrompendo tendência de queda observada em 2016 e 2015 (392.574 e 267.927, respectivamente).
Na construção civil, o ano foi encerrado com saldo negativo de 103.968 vagas, ante quedas de 361.874 e 416.689 identificadas em 2016 e 2015.
No setor de indústria da transformação, houve redução de 19.900 postos, retração menor que a observada nos dois anos anteriores (324.150, em 2016, e 612.209 em 2015).
Regiões
O Centro-Oeste e o Sul do País apresentaram saldo positivo de emprego, da ordem de 36.823 e 33.395 vagas, respectivamente, ante resultados negativos de 66.410, em 2016, e 64.887, em 2015, no Centro-Oeste e 147.191 em 2016 e 229.042 em 2015 no Sul.
Já as demais regiões do Brasil apresentaram saldo negativo, sendo o Sudeste com 76.600 postos, o Nordeste com 14.424 vagas e o Norte com 26 vagas. Nos anos de 2016 e 2015, os saldos negativos foram de 791.309 e 892.689, no Sudeste; 242.659 e 251.260 no Nordeste e 78.989 e 97.111 no Norte.
Fontes: Fecomércio SC e Agência Brasil