Corria a história pelas ruas da Inglaterra dos fins do século 18 que um trabalhador havia destruído as máquinas do seu patrão porque elas estavam tirando empregos das pessoas. A história, real ou não, inspirou trabalhadores num movimento chamado de ludismo, de combate ao uso da tecnologia no lugar da mão de obra humana.
Sempre que a tecnologia avança ela tende a destruir postos de trabalho. A questão principal levantada por trabalhadores, entidades sindicais, empregadores e acadêmicos é se esse avanço será capaz de criar mais empregos que destruir. Vivemos exatamente esse momento.
A Gartner, empresa de pesquisa e aconselhamento em tecnologia, prevê que a partir de 2020, a Inteligência Artificial criará 2 milhões de postos de trabalho, em especial nos setores de saúde e serviços públicos. O estudo, porém, não diz quantos postos serão destruídos por força do avanço tecnológico, mas aponta a indústria como a que tende a reduzir de maneira mais acentuada o número de trabalhadores empregados.
“Muitas inovações significativas no passado foram associadas a um período de transição de perda de emprego temporário, seguido de recuperação. Então, a transformação de negócios e a AI provavelmente seguirão essa rota. A Inteligência Artificial melhorará a produtividade de muitos empregos, eliminando milhões de posições de níveis médio e baixo”, afirma Svetlana Sicular, vice-presidente de pesquisas da Gartner.
Emprego e renda
Em 2021, segundo o estudo, o aumento de Inteligência Artificial no mercado como um todo gerará 2,9 trilhões de dólares em valor comercial e recuperará 6,2 bilhões de horas de produtividade do trabalhador. Resta saber se esse valor comercial será integrado à renda das pessoas e se essas horas empregadas realmente em outra atividade ou se virarão ociosidade e desemprego.
A pesquisa da Gartner aponta também que, em 2022, um em cada cinco trabalhadores envolvidos na maioria das tarefas não rotineiras dependerá da Inteligência Artificial para realizar seu trabalho.
Varejo
Segundo Robert Hetu, diretor de pesquisa da Gartner, o setor de varejo terá que lidar com mudanças radicais e que será necessário reinvestir os ganhos em treinamento para preparar os trabalhadores e melhorar a experiência do cliente. “A maioria dos varejistas poderá ver a AI como uma forma de aumentar as experiências dos clientes em vez de simplesmente remover humanos de todos os processos”, alerta Hetu.
Fonte: Portal No Varejo