Lançada em junho e intitulada “Despiratize”, a campanha de combate à pirataria realizada pela CDL de Florianópolis chega à segunda fase com o slogan “Pirataria não é brincadeira”. A ideia é provocar uma reflexão no consumidor. Com o mote educacional, a iniciativa visa a coibir o consumo de produtos falsificados, prática que alimenta uma cadeia organizada formada por vendedores, distribuidores e fabricantes. Em dezembro, a campanha entrará na terceira fase para combater o comércio ilegal no período do Natal.
A CDL de Joinville está apoiando a iniciativa. Para o diretor superintendente Jorge Domingues, a campanha sintetiza a preocupação da entidade com a grande oferta de produtos piratas também na cidade do Norte do Estado. Além de oferecer versões mal-acabadas de marcas famosas, como roupas, óculos e tênis, facilmente identificados como falsificações, este mercado induz os consumidores ao prejuízo pela péssima qualidade dos produtos, destaca Jorge.
O presidente da CDL de Florianópolis, Lidomar Bison, destaca que o caráter educacional é pioneiro e vale para qualquer situação, desde a aquisição de produtos com ambulantes como em sites de internet e de estabelecimentos que comercializam produtos falsificados ou de “segunda linha”, como esses produtos também são conhecidos. “O que acontece é que a pessoa se depara com produto mais barato e fica tentado a comprar e às vezes não tem argumento, informação ou bagagem para que possa renunciar a isso”, explica.
Bison relata que a campanha tem se mostrado eficiente, com aderência de empresas e entidades, inclusive de fora de Santa Catarina. “Já ganhamos reconhecimento do nosso sistema, estamos participando do prêmio Top of Mind da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing) de 2019, e agora nesta segunda fase entra uma nova colocação dizendo que pirataria não é brincadeira”, afirma.
Ambulantes procuram outros espaços públicos
O número de operações e apreensões feitas pela Receita Federal vem subindo desde 2010. No ano passado, 32% do valor total de apreensões no País ocorreram em Santa Catarina e no Paraná, ambos com fronteiras. Os dois Estados também foram recordistas em multas aplicadas (1.513) nas operações, quase a metade do total no País (3.483), segundo a Receita. A explicação para este resultado é a mobilidade rápida deste mercado paralelo: quando se intensifica a fiscalização em uma região, o grupo passa a atuar em outra.
Em Florianópolis, a estratégia dos piratas não tem sido diferente. Com a fiscalização intensa nos últimos três meses na área central, muitos ambulantes procuram outros espaços públicos, principalmente nas praias de maior frequência de turistas, como Canasvieiras, no Norte da Ilha. “É um risco maior ainda porque pega as pessoas mais relaxadas, não preocupadas em um momento de férias, e que acabam comprando”, diz Lidomar Bison.
A CDL de Florianópolis defende uma fiscalização efetiva, que resulte em apreensões. “Elas são importantes porque atuam direto no equilíbrio econômico financeiro de quem está praticando o comércio ilegal”, afirma.
(Fontes: CNDL , CDLs de Florianópolis e de Joinville)